terça-feira, 14 de julho de 2009

Zêlo

Este desenho, feito de carvão, em cor perdeu-se todo meu amor...Um dia, espero, possa atender batida alta, e nas pontas dos pés, reescrever num abraço, minhas linhas tortas:
este é o meu luke
(enquanto este não chega, regalo-te com um poema, assim, repentino como tudo aquilo que surge do vento)


Era só o eco fugidío eco

Era só um téco

do meu corpo

do meu peito

do meu téco

Era só uma vez que era

e o que fora, espera fora pra

fora de toda a casa e

fora

pra fora de mim

Pleiteei um sonho

breve

gritei teu nome

e o escrevi no gelo

como tal

minha história ruída

como tal

o meu copo roto

e o vinho tombado

pressagiando que um dia

um dia haveria de chegar um dia

Tranquei-me então no banheiro

num zelo quase

matuto

e rabisquei algo na pele

em pêlo

mas pelo que sei

o tempo tratou de apagar cedo

tão cedo eu pudesse acordar!
(por Dominique Seraut)

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